"Senti uma ondulação no tecido da mente adormecida de Maruman. Inexplicavelmente, sabia que estava no interior dos seus sonhos. Fui mais fundo ainda. De novo, murmurei o seu nome...
Desde que tomou posse de Obernewtyn, a comunidade de Inadaptados floresceu em segredo, ao abrigo da sua localização remota e isolada.O novo Senhor de Obernewtyn preside a um conselho de Irmandades que reúne os representantes de vários Talentos: subjugadores, curandeiros, videntes, perscrutadores, encantadores e a enigmática Irmandade do Engenho empenham-se em desenvolver os seus dons reprimidos, preparando o confronto inevitável com o Concelho Tirânico que governa a Terra. Enquanto planeiam libertar um poderoso Inadaptado que vive no outro extremo da Terra, uma vidente prevê que o destino de Obernewtyn depende desta nova missão. Guiada por Elspeth Gordie, mestre da Irmandade dos Perscrutadores, a expedição mergulha nos escombros do velho mundo, em caminhos banidos dos mapas e na vertigem do conhecimento proibido. Elspeth terá de socorrer-se do seu extraordinário poder mental para enfrentar os perigos que ameaçam comprometer a expedição e conduzir à queda de Obernewtyn. Mas aguarda-a, ainda, um outro desafio: localizar as máquinas da morte e impedir uma segunda era de destruição. Elspeth, prepara-se, em segredo, para esta viagem sombria, sabendo que nela se centram as esperanças e profecias dos mais sábios entre os sábios."
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 336
Editor: Bertrand Editora
Colecção: Romance Fantástico
P.V.P.: 19,90 €
Um pouco à semelhança do que sucedeu quando li o primeiro volume das Crónicas de Obernewtyn (ver opinião aqui), a leitura deste livro empolgou-me bastante. Com uma escrita bastante simples, acessível para todos os géneros de leitores, e uma originalidade incrível, foi uma leitura que nunca se tornou cansativa ou monótona.
Não escondo que adoro todo o género fantástico, no entanto muitos são os livros que leio neste género e que se tornam algo aborrecidos de tão idênticos os temas abordados; mas a autora destaca-se pela originalidade de todo o seu argumento, abordando temas que não nos são assim tão desconhecidos - as guerras, o desaparecimento de um mundo tal como o conhecemos, a tirania, e todo um complexo de regras que governam as sociedades de forma cruel e injusta - e juntando elementos originais, que tornam os seus livros tão fascinantes - os poderes mentais que algumas personagens possuem, o cenário pós-Apocalipse, tudo descrito de uma forma bastante apelativa.
Notei mudanças consideráveis na escrita, no sentido em que Elspeth, a personagem principal, apresenta-se agora de forma mais madura. O único ponto negativo que tenho a apontar tem a ver com o facto de a minha personagem preferida, continuar a representar um papel bastante subjectivo. Ora estou a falar de Rushton. Gostaria de o ver a desempenhar um papel mais activo em toda a trama, acho que a historia em si apenas tinha a ganhar com isso.
Neste segundo volume, Maruman desempenha um papel mais secundário, embora importante logo no inicio e que marcará todo o desenlace; mas desta vez é a Gahltha quem acompanha Elspeth nesta epopeia, um cavalo arrogante e autoritário que sofreu torturas inconcebíveis nas mãos dos funaga - termo pelo qual os animais designam os humanos - que tem relutância a confiar, e que terá de enfrentar o pior dos seus medos e ter forças e coragem para resistir.
Esse parece ser muito bom!
ResponderExcluirA minha irmã já leu o primeiro, eu ainda não me aventurei nesta saga. :)
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